
2º SIMPÓSIO POPFILIA: “Que filia é essa que nos habita?”
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Quando? 28, 29 e 30 de junho de 2023
Onde? Em modelo híbrido, com atividades no Centro de Artes e Comunicação da Universidade Federal de Pernambuco, em Recife – PE, e em reuniões virtuais na plataforma Zoom.
Quem pode submeter propostas de trabalho: Doutores, mestres, graduandos e demais interessados
Prazo para submissões: até 31 de março de 2023 (novo prazo)
Aceites: 21 de abril de 2023
Inscrições de autores com propostas aprovadas: de 21 de abril até 10 de maio de 2023
Inscrições de ouvintes: a partir de 24 de maio de 2023
Valores das inscrições
– Ouvintes (vagas limitadas) | presencial: gratuito/remoto: R$ 2,51 (taxa de manutenção do Zoom)
– Autores graduandos ou recém-graduados (2020 – 2023): R$ 30,00
– Autores pós-graduandos: R$ 60,00
– Autores doutores, professores e profissionais: R$ 80,00
COMISSÃO CIENTÍFICA
Dr. Thiago Soares – Diretor da comissão científica
M.e Daniel de Andrade Lima
M.ª Mariana Lins
M.e Mario Rolim
M.ª Suzana Mateus
M.e Winglison Henrique Tenório
COMISSÃO DE PRODUÇÃO
M.e Eduardo Rodrigues – Coordenador
B.ela Heloise Barreiro
M.ª Lívia Maria Pereira
IDENTIDADE VISUAL
B.el Erick Freitas
"Que filia é essa que nos habita?"
O Grupop (Grupo de Pesquisa em Comunicação, Música e Cultura Pop – CNPq), sediado no Programa de Pós-Graduação em Comunicação (PPGCOM) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), convida a comunidade acadêmica a submeter Resumos Expandidos para apresentação de suas pesquisas na segunda edição do Simpósio Popfilia, a ser realizado entre 28 e 30 de junho de 2023, tanto na modalidade virtual quanto presencial. O Simpósio Popfilia dedica-se à área de estudos da Cultura Pop nas interfaces entre Comunicação e Música prioritariamente, estando aberto à transdisciplinaridade e às investigações interessadas nos estudos de Performance e áreas afins.
Na primeira edição do Simpósio Popfilia, realizada em 2021, nosso mote era questionar “que pop é esse que nos habita?” – partindo do pressuposto de que os produtos da cultura pop (principalmente da música pop) constituem parte significativa de nossas subjetividades. Estávamos interessados em discutir as diversas formas com que o pop emerge nas culturas e nos corpos e os 47 trabalhos apresentados no simpósio de 2021 evidenciaram bem como a Cultura Pop se capilarizou nas mais diversas áreas do conhecimento: da Comunicação, passando pela Música, Educação, Artes, entre outras.
Portanto, se na edição inaugural do evento, a pergunta era “que pop é esse que nos habita?”, nesta segunda edição lançamos o questionamento: “que filia é essa que nos habita?”. Ou seja, que afetos, emoções, experiências, desejos, o pop desperta? Ao propormos essa pergunta, pensamos nas mais diferentes cenas que envolvem “filias” aos materiais heterogêneos que constituem a cultura pop: afetos por ídolos materializados em objetos, performance e escuta como artifício e sublimação, memória e gesto perpassadas por sons e imagens, experiências públicas ou privadas em torno do lazer e do entretenimento. Com isso, convidamos a debater as relações de encontro, amor, amizade, prazer e desejo constituímos com a cultura pop e a partir dela.
Nosso interesse se relaciona com a vontade de celebrar o pensamento da autora e ativista estadunidense bell hooks (1952-2021), que faleceu em dezembro de 2021 e se tornou uma referência central de leitura e estudo no Grupop. Pensar as “filias” da cultura pop através da perspectiva crítica, interseccional, emocional e rasgadamente ensaística de bell hooks nos auxilia a refletir sobre maneiras “opositoras” de assistir a filmes, formas pelas quais celebridades exercem seus ativismos, fantasias de populações marginalizadas vinculadas à cultura pop, realçando um potencial de reconfiguração da realidade gestado a partir de recortes marcadamente raciais.
Obras como “Olhares Negros – Raça e Representação” (publicado originalmente em 1992), em que hooks analisa desde cantoras como Josephine Baker, Tina Turner e Madonna, passando por filmes icônicos para a cultura pop como “Paris is Burning” (1990) foram centrais nos debates do nosso grupo de pesquisa por tratarem objetos da cultura popular midiática como sintomas de debates de raça, gênero, classe, política, colonialismo e capitalismo através de subjetividades que retiram de cena a transparência da branquitude.
A questão da “filia” também se conecta a outra obra importante de bell hooks, “Tudo Sobre O Amor: novas perspectivas” (2000) em que, desconfiando de idealizações essencialistas sobre as emoções, a autora propõe entender o amor como uma ética de vida e porta de entrada para discutir questões de classe, raça, gênero, geração, sexualidade, nação etc. O amor, assim, aparece como um caminho potente para transformar os modos de subjetividade que envolvem nossas vidas em meio ao avanço do capitalismo neoliberal.
Ação de construção cotidiana, potencial político, encontro, troca, toque: que práticas e concepções de amor são agenciadas, mediadas e produzidas através da cultura pop? Que afetos circulam através da cultura pop e que modos de vida eles engendram? De que estética e ética estamos tratando ao observarmos, de forma um pouco mais detida e apurada, as experiências com sons e imagens do pop?
Assim, convidamos pesquisadores, artistas e pessoas interessadas das mais diversas áreas a submeter resumos expandidos cujas discussões giram em torno da cultura pop e suas diversas “filias”, de preferência (mas não apenas) a partir das chaves temáticas apresentadas abaixo.
Chaves Temáticas:
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“Hold up, they don’t love you like I love you”: concepções de amor na cultura pop; canções de amor e a concepção colonial-moderna de amor romântico; relações interseccionais entre músicas de amor e questões de raça, gênero, classe, sexualidade, geração, etc.
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“Must be love on the brain”: a virada afetiva nas ciências sociais e humanas; o lugar da emoção nas práticas científicas; metodologias contra-hegemônicas nas pesquisas de cultura pop; música pop e produção de subjetividades; micropolíticas do pop.
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“Te amo, lá fora”: novas perspectivas sobre estudos de fãs; fandom e experiência estética; trabalho “afetivo”; fandom, ética e práticas científicas; afeto, gênero musical e consumo.
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“Não existe amor em SP”: filiações e espacialidades da música pop; tensões entre público e privado no consumo cultural; territórios afetivo-existenciais através da música.
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“Qualquer maneira de amor vale a pena”: gênero, performance e escuta na música pop; corporalidades, desvios e desejo em expressões artísticas ligadas ao pop; normatividades, policiamentos e agenciamentos em torno da expressão de amor e sexo na música.
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“O nosso amor a gente inventa”: narrativa, amor e dramas sociais; utopias do corpo e fabulações; escutas dissidentes e fantasias de futuridade; processos de encenação do corpo musical.
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“O meu corpo tá mexendo sozinho”: coreografia e gesto na música pop; efeitos somáticos do afeto no/pelo pop; poéticas da putaria na experiência musical; corpo, sexualidade e sonoridade.
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“Uhhhhhh – uh – aaaAAahhh”: a voz na construção do corpo midiático; tradições vocais da música pop; canto, choro, grito, êxtase e declarações de amor; dublagem e encenação de si; performance e gesto na voz.
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“Lo que tú sientes se llama obsesión”: música pop e melodrama na América Latina; música e fabulações coloniais e anticoloniais; desamor, afeto e melancolia na música pop.
Normas e funcionamentos do Simpósio
O Simpósio Popfilia acolhe trabalhos de pessoas de todos os níveis de formação acadêmica, abarcando graduandos, pós-graduandos, professores e outros profissionais interessados. A seleção para as apresentações se dará a partir da avaliação de propostas de trabalho, levando em consideração a consistência do projeto e a diversidade de temáticas e autoria. Dado que o evento se dará em modelo híbrido, abarcando comunicações virtuais e presenciais, as apresentações serão organizadas em mesas on-line e in loco, prezando pela fluidez das duas dinâmicas autonomamente e de maneira não concomitante. Em ambos os casos, o Simpósio estimula a construção de apresentações criativas, abarcando tanto formatos tradicionais e assimilados aos ritos acadêmicos quanto outras possibilidades performáticas propostas pelos autores. Independentemente do formato, as apresentações não devem exceder 15 minutos.
Os critérios de seleção para os trabalhos serão:
(a) Aderência temática à chamada de trabalhos
(b) Qualidade da estrutura textual e adequação da formatação ao modelo fornecido de resumo expandido
(c) Robustez acadêmica da proposta, incluindo a solidez da metodologia indicada, escolha do corpus e o embasamento teórico do debate;
(d) Diversidade de formações e titulações de autores;
(e) Diversidade de região dos autores;
(f) Diversidade de gênero e etnia dos autores.
As submissões dos trabalhos podem ser realizadas gratuitamente através de um formulário da plataforma Google Forms disponível no final desta página, mediante o envio dos documentos e dados requisitados. As submissões se dão no modelo de proposta de trabalho, devendo seguir as normas contidas no template oficial do Simpósio, disponível para download (ANEXO I).
No processo de submissão, deve-se sinalizar o interesse em apresentar o trabalho virtual ou presencialmente no campo adequado do formulário. As propostas podem ser escritas em coautoria por até duas pessoas contanto que ambas se inscrevam no evento caso o resumo seja aceito. No processo de submissão, apenas o primeiro autor deve submeter o documento com a proposta. É permitido participar de até dois trabalhos no Simpósio, sendo um deles como autor e outro como coautor. Antes do evento, todas as propostas selecionadas serão publicadas nos anais digitais do Simpósio, visando a proliferação e qualificação do debate.
As inscrições são feitas pela plataforma Sympla. No caso de autores, a inscrição deve ser realizada após a emissão das cartas de aceite, de modo que a taxa de pagamento para participação no simpósio seja paga após a confirmação do aceite. A inscrição para ouvintes é gratuita no formato presencial, mas no formato remoto uma pequena taxa (R$ 2,51) é cobrada pelo Sympla para acesso à plataforma Zoom.
A programação completa do evento, contendo as palestras com convidados, as ações formativas e os horários de encontros das mesas, será divulgada com antecedência e distribuída ao longo dos três dias de simpósio.
Para obtenção do certificado, os autores devem estar presentes no dia designado para debate do seu resumo expandido. Ouvintes devem ter presença em pelo menos 1 dia do evento.
Dia 28/06 (Modelo Remoto)
10h - Mesa 1: Práticas De Corpo, Práticas De Gênero
Local: Plataforma Zoom
Mediação: Daniel de Andrade Lima (UFPE)
Arranjos Sonoros E Artifícios De Gênero Em Performances De Dança Sertaneja: etnografando grupos e comitivas country – Ana Beatriz Moreto do Vale (UFES)
Brega, Funk e Joga De Ladinho: as danças sociais que viralizam na palma das nossas mãos – Julia Baker (UNICAMP) e Vanessa Hassegawa (UNICAMP)
Masculinidades No Rap: Lil Nas X e disputas em rede – Amanda Barbosa e Kelven Figueiredo (UFBA)
“I’ve Always Felt Queer”: insurgência de Sam Smith e as tensões no/com o corpo, gênero e sexualidade – Maurício João Vieira Filho (UFJF) e Mariana Ramalho Procópio (UFV)
Dia 29/06 (Modelo Presencial)
10h - Mesa Keynote: Assombros Estéticos do Pop
Local: Auditório do PPGCOM (CAC - UFPE)
Mediação: Rodrigo Carreiro (UFPE)
Melancolia pop: confissões do rapaz mais triste do mundo – Denilson Lopes (UFRJ)
Corpo, abjeção e imaginários inorgânicos na cultura pop – Gabriela Almeida (ESPM-SP)
Rasuras do corpo pós-disciplinar na música pop – Mariana Lins (UFPE)
14h - Mesa 1: “Essa menina mulher da pele preta”
Local: Auditório do PPGCOM (CAC - UFPE)
Mediação: Henrique Tenório (UFPE)
“Sou feliz, Deus quem quis (…) E a razão é você, amor”: posicionamentos das canções de amor de Dona Ivone Lara e Leci Brandão junto a normas sociais – Lucianna Furtado (UFMG)
“VEM MORENA”: Anotações sobre tensões de gênero e de raça no forró – Moema Samara Gomes França (UFPE)
ALCIONE E SZA ENQUANTO “MÚSICA DE CORNO”: como o imaginário cultural acerca da mulher negra afeta a percepção das suas obras – Rodrigo Conrado Sampaio (UNYLEYA) e Thainá Gomes de Lira Belém (UFPE)
“NÃO TENHO CERTEZA DE QUE POSSO ME IDENTIFICAR CONFORTAVELMENTE COMO UMA MULHER DE COR”: o storytelling da mestiçagem em Lil Miquela – Rafael Filipe Souza da Silva (UFPE)
15h30 - Coffee Break
16h - Mesa 2: As (re)fabulações do Nordeste
Local: Auditório do PPGCOM (CAC - UFPE)
Mediação: Bruno Nogueira (UFPE)
QUE NEGRITUDE É ESSA NO MANGUEBEAT? breve reflexão em torno dos clipes de A Cidade, de Chico Science – Artur Onyaiê (UFPE) e Thiago Pimentel (UFBA)
“O QUE VEM VER”: Luana Flores e a construção de um Nordeste na música eletrônica – Caio Wallerstein Ferreira Gomes (UFPE)
“MINHAS BONECAS VOU ENCONTRAR” Os (des)afetos que atravessam o local e o transnacional na música pop cearense de Clapt Bloom – Gabriel Holanda Monteiro (UFPE)
“Surtada”: protagonismo feminino no brega funk – Camila Estephania Pereira Rodrigues (UFF)
19h - Gestos que nos habitam, gestos que habitamos - Uma mesa redonda dançada
Local: Sala de Dança/Dpto. de Dança (CAC - UFPE)
Briê Silva – bailarina, coreógrafa, professora e CEO da Escola de Twerking em Recife
Duda Serafim – bailarina, professora, coreógrafa e diretora do Espaço Flor de Luanda
Mário Rolim – Doutorando em Comunicação (UFPE)
Henrique Tenório – Doutorando em Comunicação (UFPE)
Idealização (Comissão Popfilia): Daniel de Andrade Lima, Suzana Mateus, Mário Rolim e Henrique Tenório.
Dia 30/06 (Modelo Presencial)
10h - Mesa 3: O pensamento de bell hooks na interpretação da cultura pop
Local: Auditório do PPGCOM (CAC - UFPE)
Mediação: Mário Rolim (UFPE)
CONSTRUÇÃO DE NARRATIVAS E CONTRANARRATIVAS NO IMAGINÁRIO NEGRO: Uma análise a partir da obra Kindred, Laços de Sangue – Luiza de Araújo Farias (UFPE)
Afro-Surrealismo e desobediência epistêmica em Nope (2022): uma experiência multissensorial – Marília de Orange Uchôa da Fonseca (UFPE) e Rodrigo Octavio d’Azevedo Carreiro (UFPE)
“FOGO NOS RACISTA”: Uma análise estética, política e mercadológica dos videoclipes do rapper Djonga – Anderson Pinheiro de Almeida (UFPE)
14h - Mesa 4: Eu estou vestida com as roupas e as armas do pop
Local: Auditório do PPGCOM (CAC - UFPE)
Mediação: Gabriela Almeida (ESPM/SP)
‘TRILOGIA DO LIXO’: O pop-precário de Leona Vingativa na reivindicação por cidadania ambiental – Leandro Stoffels (University of Texas)
“BARULHO POR JUSTIÇA” – Agência sonora em manifestações carnavalizadas no festival ‘Justiça por Marielle e Anderson – 5 anos sem respostas’ – Heloise Barreiro Campos (UFPE)
DRAG QUEENS, DE DUBLADORAS À CANTORAS: Comunidades imaginadas, afetos e sociabilidades nas pistas de dança – Lívia Maria Pereira (UFPE)
15h30 - Coffee Break
16h - Mesa 5: Apostas Metodológicas para o Estudo do Pop
Local: Auditório do PPGCOM (CAC - UFPE)
Mediação: Cecília Almeida (UFPE)
O QUE XUXA CANTOU? (1985-2000) Inventário da discografia e análise dos eixos temáticos das músicas – Rafael Barbosa Fialho Martins (UFR) e Leony Lima (UFJF)
AMOR A LA MEXICANA: A telenovela como ponte para o ingresso da música em espanhol no Brasil – Tiago de Jesus Santos Costa (UFPE)
A TRILHA SONORA NO DISCURSO LITERÁRIO POP – Antonio Eduardo Soares Laranjeira (UFBA)
PODERIA O FLOP INDICAR OPRESSÃO? Notas sobre fracasso, raça e gênero na música pop – Eduardo Rodrigues (UFPE)
Anais do 2º Simpósio Popfilia
ISSN: 2965-3916
Os anais do 2º Simpósio Popfilia já estão disponíveis, com a indexação de todos os trabalhos inscritos e apresentados no evento. Confira na plataforma: