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Teses

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Treme Fluxo; pretitudes sônicas na diáspora afroeletrônica

Gabriel Albuquerque Silva

2024

O trabalho discute os procedimentos criativos e os usos das tecnologias de produção musical por DJs e produtores musicais em diferentes expressões de música eletrônica afrodiaspórica no Sul Global: funk (Brasil), singeli (Tanzânia), Balani Show (Mali), kuduro (Angola) e batida (Portugal). Em uma interseção entre os estudos de som, filosofia da técnica e racialidade, esta tese tem como epicentro conceitual um debate sobre as gambiarras sônicas e os processos artísticos dessas expressões como uma epistemologia que conecta som, corpo e tecnologias, desafiando o ideal de racionalidade moderna que divide e contrapõe corpo e mente. Buscamos entender como estes DJs e produtores desenvolveram seus métodos criativos baseados não nos parâmetros de uma teoria musical tradicional, mas sim a partir de saberes próprios e particulares desenvolvidos em uma íntima relação entre o ambiente da festa (com todas as suas especificidades) e as novas tecnologias de criação musical introduzidas por softwares de criação de beats, como o FL Studio.

Palavras-chaves: Cultura audiovisual; Corpo; Performance; Voz; Gesto.

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A vida gestual das vozes: dublagem e performance na cultura audiovisual

Daniel Magalhães de Andrade Lima

2023

Desde que as tecnologias de captura e reprodução da imagem e do som foram desenvolvidas, a possibilidade de articular vozes e gestos foi empregada diversamente. A dublagem, dispositivo que opera a partir de tal possibilidade, atravessa variados produtos audiovisuais, sendo operada no cinema desde o começo dos filmes falados, mas também em videoclipes, performances cotidianas em plataformas de redes sociais e tradições da performance ao vivo. Reconhecendo que as articulações midiáticas de vozes e gestos agenciam problemas de corpo, questiona-se: que procedimentos são operacionalizados na construção dos corpos audiovisíveis? Como a interação com vozes age nas formações dos corpos nas culturas audiovisuais? O que dublagens podem nos revelar sobre as formações dos corpos pelas tecnologias playback?. Com tal problemática, a tese objetiva debater as normatividades de “corpo” e de “sujeito” inscritas nos arranjos performáticos das tecnologias audiovisuais, atravessando perspectivas sobre raça, gênero e outros demarcadores. Seguindo dublagens, convocam-se diferentes produções audiovisuais para conduzir a investigação a partir do cruzamento de tradições teóricas que atravessam cinema, música, teatro, dentre outros. Portanto, estando inserida nos Estudos de Performance na Comunicação, a pesquisa destrincha o papel das tecnologias midiáticas e das mídias audiovisuais na construção das performances, enfatizando os fluxos comunicacionais que atravessam produtos audiovisuais e cotidiano a partir de práticas de escuta e espectatorialidade. Em adição, a tese se dedica particularmente ao estudo da voz e agencia uma revisão extensiva de teorias sobre vozes midiáticas. O debate sobre voz ainda é pouco explorado na Comunicação e nos seus estudos da performance, de forma que se objetiva contribuir para o campo também ao propor maneiras de abordar a vocalidade consonantemente a compreensões e práticas contemporâneas de corpo. Por fim, ressalta-se que o estudo da dublagem é importante para entender fenômenos atuais, dado que as construções de corpo do cinema musical, as performances dos videoclipes, os lip-syncs de drags queens, vídeos de plataformas digitais, dentre outras práticas dubladas, reúnem técnicas e tecnologias que se informam mutuamente. Nesse sentido, a tese postula a dublagem como um epicentro para o qual as tecnologias audiovisuais convergem de tal maneira que, investigando dublagens, podemos destrinchar problemas específicos de construção de corpo com os quais convivemos e a partir dos quais nos informamos corporal e subjetivamente.

Palavras-chaves: Cultura audiovisual; Corpo; Performance; Voz; Gesto.

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O envelhecimento feminino como incômodo na música pop

Mariana Lins Lima

2023

Por entender a música pop como espaço fortemente identificado com a juventude, esta pesquisa busca analisar como a permanência de cantoras velhas em atividade produz incômodo no âmbito da cultura midiática. Para isso, a tese contextualiza o cenário hostil ao envelhecimento no gênero pop dance, mostrando como o avanço da idade impacta na longevidade das carreiras de mulheres cujos trabalhos estiveram predominantemente vinculados ao corpo atlético, sexualizado e jovem. Postula-se que a vigilância e o controle do corpo sintetizam a articulação das lógicas do biopoder foucaultiano e da “reprivatização da velhice” (DEBERT, 2020) dentro de enquadramentos de gênero. Adota-se a crítica à ideia do envelhecimento positivo, bastante difundida midiaticamente sob a roupagem do cuidado de si e da autoajuda, abrindo o debate sobre as potências epistêmicas da velhice como aspecto interseccional. Dois aportes teóricos são centrais para o assentamento desta argumentação: a noção de incômodo no campo da música (TROTTA, 2016), desenvolvida a partir dos escritos de sobre experiências musicais compulsórias, em deslocamento para os estudos do corpo, no mapeamento de desconfortos sociais que operam códigos de conduta, padrões éticos e estéticos tensionados pelo contato inescapável com a presença do “Outro”; e a noção de “moral da pele lisa” (SIBILIA, 2011), para pensar o rechaço ao corpo velho nas instâncias midiáticas na chave da obscenidade, do moralmente inadequado que precisa ser dissimulado pelos inúmeros recursos digitais disponíveis. Como resultado, a pesquisa oferece um panorama das modulações que as diferentes culturas operam nas nuances da longevidade e do idadismo nos contextos estadunidense e brasileiro, apontando para zonas de negociação turvas em que artistas mulheres da música pop precisam atuar para seguirem ocupando espaços midiáticos. Duas operações empíricas são empreendidas: na primeira, coloca-se em perspectiva duas estrelas da música pop estadunidense (Madonna e Cher) com o intuito de verificar, nas performances ao vivo, os imperativos do corpo pós-disciplinar e as crises que emergem da escolha de seguirem em plena atividade na indústria do entretenimento; na segunda, examina como a cultura brasileira modula a velhice de uma importante cantora pop (Gretchen) na engrenagem do humor e do processo de memetização como possibilidade de permanência no mercado musical espraiado nas redes sociais digitais. Conclui-se que o envelhecimento feminino instaura uma série de problemas de enquadramento para cantoras pop ao impor a necessidade de negociação e gestão de imagem, incidindo em processos que revelam tanto a violência da exposição e do bullying ao corpo velho, quanto a capitalização e negociação da jocosidade como estratégia de reposicionamento pessoal e artístico (rebranding). Aposta-se na premissa de que a violência estrutural do idadismo pode ser tensionada, negociada e até revertida em benefício de quem ousa não parar

Palavras-chaves: Cultura pop; Madonna; Música popular massiva; Etarismo; Performance.

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Nas ondas curtas do cosmopolitismo: Programa Casé e as origens do rádio comercial brasileiro

Michele Wadja da Silva Farias

2022

A tese investiga de que forma o Programa Casé (1932-1951) tornou-se símbolo de uma programação radiofônica moderna e inovadora, nas décadas de 1930 e 1940. Nosso corpus foi composto por referências bibliográficas, audiovisuais, entrevistas com artistas e cantores da época, além do acervo digital da Biblioteca Nacional, das Revistas Fon-Fon, O Malho e dos jornais O Paiz e Correio da Manhã. A partir da interdisciplinaridade com a História, utilizamos o método qualititativo do estudo de caso, que dialoga com o procedimento metodológico da micro-história. A análise do nosso corpus foi constituída pelo procedimento teórico- metodológico do “paradigma indiciário”, do historiador italiano, Carlo Ginzburg. Nesta perspectiva, analisamos a metodização e a estruturação de práticas voltadas para a profissionalização dos artistas da época, implementadas pelo programa, a exemplo do pagamento de cachês e do contrato de exclusividade para todos eles. A pesquisa analisa, ainda, o destaque concedido pelo programa à produção musical nacional, até então, marginalizada por ter sido, predominantemente, produzida por negros e migrantes, no início do século XX. Além disso, abordadamos de que forma o programa foi pioneiro na implementação de técnicas radiofônicas, inspiradas em emissoras do exterior, tais como a sonoplastia, os primeiros comerciais, o radioteatro e a introdução da música de fundo. A partir da experiência de escuta da programação estrangeira, em ondas curtas, vivenciada pelo criador do programa brasileiro, Ademar Casé, investigamos o referido Programa como um cenário que aponta para uma abertura cosmopolita, inserida em uma experiência global de radiofonia, com ênfase nos atrativos radiofônicos criados nos Estados Unidos. Neste contexto, a tese, de forma inédita, revela a relação cosmopolita, de semelhanças e diferenças, entre o Programa Casé e o programa The All-Negro Hour (1929-1935), de Chicago. Ambos foram pioneiros na propositura de uma programação popular voltada para a inovação e veiculação de gêneros musicais considerados “inadequados” por parte da sociedade, tais como: o jazz e o Blues, nos Estados Unidos; o samba e as emboladas, no Brasil. Entre os resultados desta análise, destacamos que as práticas e experiências vivenciadas no Programa Casé foram atravessadas por noções de cosmopolitismo no cotidiano. Essa investigação abrangre ainda a identificação de padrões de comportamentos que trazem evidências de uma nascente cultura de fãs, também permeada pela influência estadunidense, na origem do rádio brasileiro e, especialmente, no Programa Casé.

Palavras-chaves: Comunicação; Programa Casé; Rádio; Cosmopolitismo; Cultura de fãs.

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"Fogo nos Racistas!": Epistemologias negras para ler, ver e ouvir a música afrodiaspórica

Rafael Pinto Ferreira de Queiroz

2020

O epistemicídio foi uma das maneiras aplicadas pela colonialidade para promover o genocídio do povo negro, assim como para inferiorizar e subalternizar outros saberes que foram deslegitimados no âmbito acadêmico. Dessa forma, estudar epistemologias negras mostra-se necessário para o combate ao racismo e para a descolonização dos currículos universitários. Não se diferenciando dessa situação, o campo da Comunicação no país está muito aquém na discussão de racialidades e racismos, não refletindo assim a necessidade e a urgência do enfrentamento dessas questões. Para atingir esses objetivos há de se reconhecer a importância de se pesquisar a música negra como vetor de processos identitários e como é usada para a comunicação, política e sociabilidades dentro de um contexto afrodiaspórico, assim como suas potências e limitações. Essa música também enseja afiliações transnacionais entre populações negras no mundo e abre possibilidades de diálogos político-estéticos entre estas, numa movimentação, por vezes, anti-hegemônica. Este lugar central da música, em alguns momentos, cede espaço para outras representações, como corpo, performance e imagem. Estes são apreendidos e lidos a partir de um estopim musical, sendo assim sempre atravessados pelo som. Dessa forma, autores e autoras negras, comprometidos com a criação de um pensamento enegrecido e insurgente (WEST, 1985), foram utilizados para a construção argumentativa, dentre eles, Paul Gilroy, Tsitsi Ella Jaji, Bell Hooks, Frantz Fanon, Abdias do Nascimento, Achille Mbembe, Patricia Hill Collins, entre outros. Epistemologias negras foram aplicadas em análises culturológicas de materiais heterogêneos de artistas negros da música. Discos, videoclipes, filmes, imagens e letras foram acionados para interpretar o conteúdo, enquanto produto de subjetividades negras politizadas, do ganês Blitz the Ambassador, do afro-americano Childish Gambino em conjunto com os brasileiros Emicida, Rincon Sapiência, Xênia França e Marku Ribas. Assim, trabalhar com objetos da cultura pop, que são colocados em posição marginal dentro do campo da Comunicação, como música, videoclipes e cinema hollywoodiano, dentro do contexto de uma cultura midiática com o viés afirmativo e racializado, constitui o conteúdo desta tese. O processo de tornar-se negro (SOUZA, 1983), assim como o combate ao racismo, enseja um estímulo para que se contem experiências negras não somente no âmbito da política e da arte, mas também na academia. Isso estimularia o desenvolvimento de um olhar opositor (HOOKS, 2019) que poderia desconstruir criticamente o uso de imagens de controle (COLLINS, 2019) que a mídia utiliza para perpetuar e expandir o devir negro no mundo (MBEMBE, 2014). Tomando o controle, mesmo que parcial, de suas narrativas, vozes negras ajudam a desestabilizar o discurso hegemônico e sonhar futuros possíveis.

Palavras-chaves: Epistemologias Negras; Música do Atlântico Negro; Afrodiáspora; Mídia; Racismo.

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"You wanna a Piece of Me?": A estética do fandom na peregrinação ao corpo monumento da diva pop em Las Vegas

Alan Mangabeira Mascarenhas

2019

Refletir sobre fãs hoje traz à tona singularidades que resistem às modulações dos díspares fluxos de mediação responsáveis por tonificar as experiências e acionar questões estéticas através do envolvimento corpóreo do indivíduo enquanto consumidor, ouvinte, membro, fruidor, fã. Na margem até do seu próprio espaço de pertencimento, o media fandom de música parece despontar das frivolidades e exageros da música pop com uma questão conceitual trilhada numa visão empírica: há uma estética particular acionada pela experiência corpórea e virtual dos fãs de música pop? Diante disto, proponho verificar teórica e empiricamente certa “estética do fandom” dentro da música pop através das peregrinações de fãs, numa pesquisa autoetnográfica, na qual me coloco como objeto de estudo enquanto fã. A peregrinação se dá para a cidade de Las Vegas, onde Britney Spears apresenta sua residência de cinco anos de duração, a “Piece of Me”, e de quem sou fã desde os onze anos de idade. Acompanho ainda a peregrinação da fã Tiffany Brad shaw, drag queen paulista que mimetiza Britney e que vai a um encontro pago com a artista, antes do show. Questões ancoradas na identidade, memória, imaginação, legitimação, disputa, afeto, culto e rituais do fã de divas pop vêm à tona fornecendo ferramentas para questionarmos a existência de particularidades que podem constituir uma estética singular na experiência mediada do fandom de música pop. O corpus deste trabalho passa a ser composto por fãs espectadores de shows fixos (residências) em Las Vegas. A ideia de devir diva, devir fã, corpo monumento e cidade pop são conceitos que emanam desta tese.

Palavras-chaves: Música Pop; Fandom; Britney Spears; Experiência Estética.

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Um Ídolo, Um Pateta Um Mito na Multidão: A Construção da Imagem de Caetano Veloso como Artista Intelectual Através da Mídia

Carlos André Rodrigues de Carvalho

2016

O objetivo desta tese é investigar as táticas de visibilidade midiática desenvolvidas pelo compositor baiano Caetano Veloso ao longo de seus 50 anos de trajetória artística e de que forma elas contribuíram ou não para a construção da imagem dele como artista e intelectual. As investigações são realizadas, principalmente, a partir de fragmentos de entrevistas do artista a revistas e jornais brasileiros e estrangeiros, a programas de televisão e filmes (documentários). O estudo parte da hipótese de que a ocupação midiática do compositor se dá por, entre outras estratégias, opiniões polêmicas sobre os mais diversos assuntos (política, religião, sexualidade, identidade nacional, estética etc.), bem como pelo atrito criado por ele com outras personalidades, além da sacralização do gosto do artista em vários campos e repercutido pela mídia.

Palavras-chaves: Comunicação de Massa; Música Popular – Brasil; Artistas; Entrevistas; Representações Sociais; Visibilidade; Crítica.

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