O envelhecimento feminino como incômodo na música pop
Autor: Mariana Lins Lima
Tipo: Tese
Ano de defesa: 2023
Palavras-chaves: Cultura pop; Madonna; Música popular massiva; Etarismo; Performance
Link para o repositório: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/57159
Resumo: Por entender a música pop como espaço fortemente identificado com a juventude, esta pesquisa busca analisar como a permanência de cantoras velhas em atividade produz incômodo no âmbito da cultura midiática. Para isso, a tese contextualiza o cenário hostil ao envelhecimento no gênero pop dance, mostrando como o avanço da idade impacta na longevidade das carreiras de mulheres cujos trabalhos estiveram predominantemente vinculados ao corpo atlético, sexualizado e jovem. Postula-se que a vigilância e o controle do corpo sintetizam a articulação das lógicas do biopoder foucaultiano e da “reprivatização da velhice” (DEBERT, 2020) dentro de enquadramentos de gênero. Adota-se a crítica à ideia do envelhecimento positivo, bastante difundida midiaticamente sob a roupagem do cuidado de si e da autoajuda, abrindo o debate sobre as potências epistêmicas da velhice como aspecto interseccional. Dois aportes teóricos são centrais para o assentamento desta argumentação: a noção de incômodo no campo da música (TROTTA, 2016), desenvolvida a partir dos escritos de sobre experiências musicais compulsórias, em deslocamento para os estudos do corpo, no mapeamento de desconfortos sociais que operam códigos de conduta, padrões éticos e estéticos tensionados pelo contato inescapável com a presença do “Outro”; e a noção de “moral da pele lisa” (SIBILIA, 2011), para pensar o rechaço ao corpo velho nas instâncias midiáticas na chave da obscenidade, do moralmente inadequado que precisa ser dissimulado pelos inúmeros recursos digitais disponíveis. Como resultado, a pesquisa oferece um panorama das modulações que as diferentes culturas operam nas nuances da longevidade e do idadismo nos contextos estadunidense e brasileiro, apontando para zonas de negociação turvas em que artistas mulheres da música pop precisam atuar para seguirem ocupando espaços midiáticos. Duas operações empíricas são empreendidas: na primeira, coloca-se em perspectiva duas estrelas da música pop estadunidense (Madonna e Cher) com o intuito de verificar, nas performances ao vivo, os imperativos do corpo pós-disciplinar e as crises que emergem da escolha de seguirem em plena atividade na indústria do entretenimento; na segunda, examina como a cultura brasileira modula a velhice de uma importante cantora pop (Gretchen) na engrenagem do humor e do processo de memetização como possibilidade de permanência no mercado musical espraiado nas redes sociais digitais. Conclui-se que o envelhecimento feminino instaura uma série de problemas de enquadramento para cantoras pop ao impor a necessidade de negociação e gestão de imagem, incidindo em processos que revelam tanto a violência da exposição e do bullying ao corpo velho, quanto a capitalização e negociação da jocosidade como estratégia de reposicionamento pessoal e artístico (rebranding). Aposta-se na premissa de que a violência estrutural do idadismo pode ser tensionada, negociada e até revertida em benefício de quem ousa não parar.
A vida gestual das vozes: dublagem e performance na cultura audiovisual
Autor: Daniel Magalhães de Andrade Lima
Tipo: Tese
Ano de defesa: 2023
Palavras-chaves: Cultura audiovisual; Corpo; Performance; Voz; Gesto.
Link para o repositório: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/49598
Resumo: Desde que as tecnologias de captura e reprodução da imagem e do som foram desenvolvidas, a possibilidade de articular vozes e gestos foi empregada diversamente. A dublagem, dispositivo que opera a partir de tal possibilidade, atravessa variados produtos audiovisuais, sendo operada no cinema desde o começo dos filmes falados, mas também em videoclipes, performances cotidianas em plataformas de redes sociais e tradições da performance ao vivo. Reconhecendo que as articulações midiáticas de vozes e gestos agenciam problemas de corpo, questiona-se: que procedimentos são operacionalizados na construção dos corpos audiovisíveis? Como a interação com vozes age nas formações dos corpos nas culturas audiovisuais? O que dublagens podem nos revelar sobre as formações dos corpos pelas tecnologias playback?. Com tal problemática, a tese objetiva debater as normatividades de “corpo” e de “sujeito” inscritas nos arranjos performáticos das tecnologias audiovisuais, atravessando perspectivas sobre raça, gênero e outros demarcadores. Seguindo dublagens, convocam-se diferentes produções audiovisuais para conduzir a investigação a partir do cruzamento de tradições teóricas que atravessam cinema, música, teatro, dentre outros. Portanto, estando inserida nos Estudos de Performance na Comunicação, a pesquisa destrincha o papel das tecnologias midiáticas e das mídias audiovisuais na construção das performances, enfatizando os fluxos comunicacionais que atravessam produtos audiovisuais e cotidiano a partir de práticas de escuta e espectatorialidade. Em adição, a tese se dedica particularmente ao estudo da voz e agencia uma revisão extensiva de teorias sobre vozes midiáticas. O debate sobre voz ainda é pouco explorado na Comunicação e nos seus estudos da performance, de forma que se objetiva contribuir para o campo também ao propor maneiras de abordar a vocalidade consonantemente a compreensões e práticas contemporâneas de corpo. Por fim, ressalta-se que o estudo da dublagem é importante para entender fenômenos atuais, dado que as construções de corpo do cinema musical, as performances dos videoclipes, os lip-syncs de drags queens, vídeos de plataformas digitais, dentre outras práticas dubladas, reúnem técnicas e tecnologias que se informam mutuamente. Nesse sentido, a tese postula a dublagem como um epicentro para o qual as tecnologias audiovisuais convergem de tal maneira que, investigando dublagens, podemos destrinchar problemas específicos de construção de corpo com os quais convivemos e a partir dos quais nos informamos corporal e subjetivamente.
Avatarização e Performance na Música Pop : um estudo a partir das cantoras virtuais Hatsune Miku e Lil Miquela
Autor: Rafael Filipe Souza da Silva
Tipo: Dissertação
Ano de defesa: 2023
Palavras-chaves: Comunicação Social; Estética e Culturas da Imagem e do Som; Performance; Avatarização; Música Pop.
Link para o repositório: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/56789
Resumo: A presente pesquisa objetiva investigar os conceitos de avatar e avatarização na atualidade, a partir da esfera digital e da cultura pop, no contexto da Comunicação e dos Estudos de Performance. Nesse sentido, problematizamos deslocamentos e recontextualizações de seres humanos e corporações, no âmbito da Música Pop, considerando os processos de síntese simbólica implicados na geração de avatares, buscando compreender em que medida esses processos estão relacionados a atos performáticos. Inicialmente, realizamos uma retrospectiva histórica do termo avatar, que remonta à narrativa teológica hinduísta, e da performance social que chamamos de avatarização. Começamos, então, a delinear uma possibilidade analítica de fenômenos comunicacionais baseada no que nomeamos de perspectiva da avatarização, norteada por questões que nos permitiram focar esse processo de trânsito interdimensional, por meio do qual um corpo, o avatar, é criado com o propósito específico de atuar numa dimensão outra em relação à dimensão original de quem o cria. Em seguida, procedemos ao estudo de performances das cantoras virtuais Hatsune Miku e Lil Miquela, através das ferramentas teórico-metodológicas dos dramas e roteiros performáticos. Nossas análises apontaram que o esforço de coerência expressiva aparece como um importante recurso do storytelling corporativo incorporado pelas cantoras virtuais, como observado tanto na narrativa da mestiçagem em Lil Miquela, a qual se baseia em processos estratégicos de apropriação de estéticas e corpos afro-diaspóricos, quanto nos esforços para fomentar empatia e promover a criação colaborativa em torno de Hatsune Miku. A pesquisa evidencia, ainda, o papel decisivo das infraestruturas na música pop e a consolidação de novas corporalidades definidas pelo digital.
O que o sucesso não nos diz : o fracasso enquanto brecha performática nas dinâmicas digitais da música pop
Autor: Eduardo José Melo Rodrigues da Silva
Tipo: Dissertação
Ano de defesa: 2022
Palavras-chaves: Comunicação; Cultura Digital; Fracasso; Música Pop; Performance.
Link para o repositório: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/44839
Resumo: A noção de fracasso na música pop apresenta um debate que coloca em pauta os dados de vendas de artistas enquanto balizas de legitimidade, acentuando fortes relações comerciais que guiam grande parte do horizonte de expectativas da indústria fonográfica. Assim, a falha passaria a ser percebida a partir de uma lógica essencialmente quantitativa. A perspectiva desta investigação é tomar o fracasso como um desvio analítico capaz de revelar imprevistos que tensionam o mercado musical. Essa dissertação articula a potência digressiva da falha, a qual se faz presente numa brecha que ora atrai, ora repele fórmulas estanques das lógicas capitalistas. A partir dos conceitos de performance de Diana Taylor (2013) e das noções de fracasso como disposição desviante a partir de Jack Halberstam (2020), propõe-se a compreensão dos roteiros de mercado e em que medida os/as artistas de música pop irão dramatizá-los. Dito isto, procuro enquadrar as brechas performáticas do fracasso no contexto da cultura digital, elencando as encenações dos fãs e de artistas pop em sites de redes sociais, a partir dos estudos de caso do fórum BCharts e das cantoras Katy Perry, Christina Aguilera e Mariah Carey.
“Tem gogó, querida?” : disputas simbólicas em rede na música brega do Recife
Autor: Pedro Alves Ferreira Júnior
Tipo: Dissertação
Ano de defesa: 2020
Palavras-chaves: Comunicação; Performance; Controvérsia; Música brega; Feminilidade.
Link para o repositório: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/43604
Resumo: A presença das mulheres na música brega do Recife traz à tona assimetrias de gênero, raça e classe social que se apresentam em rede, a partir de dinâmicas identitárias, afetos e valores de performance que, ao passo que agenciam a figura da diva pop estadunidense, também se reapropriam da tradição da cancioneira romântica construída na música brasileira, desde o século XX, para a construção de uma feminilidade bregueira. Este trabalho tem o intuito de analisar, de forma qualitativa, as associações formadas pelas controvérsias e disputas simbólicas a partir de desentendimento midiático protagonizado pelas cantoras Eliza Mell e Michelle Melo, aqui intitulado de “tem gogó, querida?”, que ocorreu em outubro de 2018. Utilizando-se de uma metodologia inspirada pela Teoria Ator-Rede (LATOUR, 2000, 2005) e apropriada por Simone Pereira de Sá (2013; 2014) como “cartografia da treta”, propõe-se rastrear atores que performatizam seus gostos e valores no tocante à presença feminina na música brega. A treta, aqui, é tomada como um acontecimento midiático a partir do qual é possível observar disputas em relação à voz, corpo, feminilidade e idade na música brega. O episódio analisado sugere que disputas morais em torno das performances de gênero e valorativas sobre o que significa cantar bem na música brega são fundamentais no espraiamento e na longevidade deste episódio na cultura digital.
Forjando-se diva pop: virtuosismo, gestos inventivos e empreendimentos autobiográficos na performance de Lady Gaga
Autor: Daniel Magalhães de Andrade Lima
Tipo: Dissertação
Ano de defesa: 2019
Palavras-chaves: Corpo. Cultura Pop. Música popular massiva. Performance. Regimes de valor estético.
Link para o repositório: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/34519
Resumo: Inscrita em um regime de alta visibilidade, Lady Gaga tem tido seu corpo marcado, desde seu surgimento em 2008, pela instabilidade e mutabilidade. Na pluralidade de coisas que a cantora pode ser, afinal, ela atravessa diversas personas midiáticas e constrói variados roteiros biográficos, reivindicando recorrentemente sua autenticidade enquanto artista. Nesta pesquisa, dedico-me a avaliar o caráter reiterativo de suas performances e compreender como a reafirmação de seus roteiros singulares, mas também de narrativas que atravessam a cultura pop de maneira ampla, joga com as formas pelas quais valoramos a cantora. Para tal, construo uma revisão teórica crítica sobre cultura e música pop, abordando a importância de pensar a performance enquanto uma epistemologia de estudo destes meios e investigando teorias de sujeição que podem ser operacionalizadas neste processo. Analiticamente, construo três eixos epistemológicos que dão conta, cada um, de diferentes instâncias da performance de Lady Gaga. Em um primeiro eixo, investigo a vinculação da cantora a práticas virtuosas, dedicando-me a estudos de voz. No segundo eixo, exploro suas reivindicações de inventividade, arguindo sobre como, ao se vincular a ideais de arte institucional, a cantora se produz distintivamente. No último eixo, estudo o potencial da performance de atuar como instrumento autobiográfico, problematizando as maneiras como a artista reformula sua biografia a partir de seus produtos estéticos. Por fim, traço considerações sobre a possibilidade da performance de Lady Gaga evidenciar artifícios pelos quais os artistas e sujeitos se produzem e constroem coerência expressiva, ponderando sobre as ferramentas metodológicas construídas e operacionalizadas no processo da pesquisa.
Narrativas do feminino nas performances de Beyoncé
Autor: Suzana Maria de Sousa Mateus
Tipo: Dissertação
Ano de defesa: 2018
Palavras-chaves: Beyoncé. Comunicação. Feminino. Performance. Racismo.
Link para o repositório: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/33298
Resumo: Desde 2013, a cantora Beyoncé vem sendo apontada com mais ênfase como um expoente do feminismo na cultura pop pelo teor de suas músicas e performances. Mas, para além de uma discussão estritamente feminista, Beyoncé parece agenciar em torno si personas femininas criadas a partir dos mundos narrativos que ela explora no palco. Esse trabalho tem o intuito de pensar justamente essas personas, os mundos narrativos que elas acionam, além dos sentidos e discussões políticas que elas agenciam. Parto dos conceitos de performance, repertório e roteiro, tal como concebidos por Diana Taylor (2013), na tentativa de identificar como essas personas reencenam roteiros culturalmente demarcados a partir de repertórios que se mostram na performance da artista. Através disso, procuro delimitar a presença de três personas específicas que se complementam dentro da carreira de Beyoncé: a mãe, a esposa e a mulher negra, partindo da análise de três apresentações em que essas figuras aparecem, e trabalhando os sentidos em torno do feminismo e do racismo que elas trazem consigo.
A estetização da política na performance de Madonna
Autor: Mariana Lins Lima
Tipo: Dissertação
Ano de defesa: 2017
Palavras-chaves: Cultura pop; Madonna; Música popular massiva; Performance; Política
Link para o repositório: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/29794
Resumo: A pesquisa tem como propósito discutir de que formas a estetização das performances da cantora norte-americana Madonna permite a emergência de nuances políticas, ancoradas na ficcionalidade característica da cultura pop. Para isso, tomamos como eixo a questão do feminino na obra da artista, compreendendo que, a partir de sua concepção de gênero, seja viável apontar um fazer político cuja narrativa negocia com o sexo, a religião, o queer e as práticas da indústria fonográfica em relação às mulheres. De início, situamos historicamente a música popular massiva, cartografando sua formação, a fim de entender o contexto em que surge a figura de Madonna. Destacamos, então, as performances das canções Papa don’t preach (1987) e Like a virgin (2012) para uma reflexão sobre os dois corpos femininos representados em ambas e as implicações políticas de cada um; as performances que tangenciam as temáticas sexual e religiosa, como La isla bonita (1987), Like a prayer (1989) e Holy water (2015), oferecendo um diálogo possível com a estética camp e o movimento barroco; e a performance da artista no aplicativo de rede social Instagram, em defesa dos princípios comerciais da indústria. Procuramos, por meio das análises, identificar o modo como a articulação entre estética e política se opera nas performances de Madonna, encontrando ao mesmo tempo contradições e linhas de fuga que oferecem modos de sentir e habitar o mundo.
Performances melodramáticas Queer: as personagens trans nos filmes de Pedro Almodóvar
Autor: Hedilberto Pessoa Berto Júnior
Tipo: Dissertação
Ano de defesa: 2016
Palavras-chaves: Performance; Teoria Queer; Gênero; Cinema; Pedro Almodóvar.
Link para o repositório: https://repositorio.ufpb.br/jspui/handle/tede/9793
Resumo: Baseado nos estudos de gênero, representação midiática e Teoria Queer, a pesquisa discute a construção das identidades, corpos e sexualidades das personagens trans nos filmes de Pedro Almodóvar. O trabalho parte do pressuposto que o cineasta utiliza em sua obra elementos que criam questionamentos sobre a concepção dos sujeitos, mostrando novas formas de pensar as verdades sobre os indivíduos, apresentados, nas suas películas, a partir de óticas escorregadias e fluidas que não se prendem às normas de inteligibilidade que tentam cristalizar a compreensão social acerca dos corpos, das autoafirmações identitárias e das vivências sexuais. As personagens revelam que determinados saberes tidos como únicos são mais plurais e múltiplos do que as regras normativas tentam impor.
A estética melancólica do fim e a atuação extra-fílmica em Lars Von Trier
Autor: Manuela Bezerra Gouveia de Andrade
Tipo: Dissertação
Ano de defesa: 2015
Palavras-chaves: Lars Von Trier; Estilo; Performance; Melancolia; Zentropa; Cinema Dinamarquês.
Link para o repositório: https://repositorio.ufpb.br/jspui/handle/tede/7914
Resumo: A dissertação visa investigar a abordagem do fim dos tempos em Melancholia (2011) de Lars Von Trier e a performance midiática do diretor no contexto extra-filme de divulgação da obra. A pesquisa revisa algumas narrativas anteriores do cineasta dinamarquês que dialogam com a estética e a encenação extra-fílmica abarcadas e através de uma abordagem quanto à linguagem e à performance, traz um desdobramento ensaístico acerca da temática. No presente estudo são instauradas reflexões quanto aos recursos técnicos (fotografia, temperaturas de cor, montagem), assim como, acerca da mise en scène que o cineasta se utiliza para narrar tal enredo apocalíptico. A partir desse discurso imagético se parte para tratar de questões relativas à finitude, à cosmogonia, à melancolia e ao imaginário. O trabalho ainda analisa a atuação performática do autor e como esse conteúdo pode influenciar a fruição do espectador, além de considerar como esse processo perante a imprensa funciona como um elemento crucial de inserção do cinema dinamarquês no mercado internacional, especificamente da produtora fundada por Trier e Peter Aalbeak, a Zentropa. Os principais suportes teóricos para tratar de autoria, extra filme e melancolia contemporânea são: Michel Foucault, Mikhail Bahktin e Maria Rita Kehl e para entender os arquétipos e a estética fílmica presentes na narrativa: Carl Jung, Gilbert Durand, David Bordwell, Jack Stevenson, Giorgio Agamben e Arthur Schopenhauer.
A cicerone luso-brasileira na América: o nacional e o regional na performance de Carmen Miranda
Autor:Ana Carolina Paiva Diniz
Tipo: Dissertação
Ano de defesa: 2013
Palavras-chaves: Cinema; Carmen Miranda; Gêneros Musicais; Identidade; Indústria Fonográfica; Performance.
Link para o repositório: https://repositorio.ufpb.br/jspui/handle/tede/4476
Resumo: Este texto pretende discutir as questões que dizem respeito à construção da imagem do Brasil no âmbito internacional, abordagem que se faz necessária uma vez que o País está, hoje em dia, retomando um espaço de destaque no cenário internacional. Para isso, analisamos de que forma a performance de Carmen Miranda constrói a memória nacional a ser legada a partir de retóricas holísticas mosaico de regionalidades e como a indústria da música e do cinema as reelaboram embalando sob o título de identidade brasileira/latina. Para isso, destacamos a difusão da canção popular massiva através do rádio no início do século 20; abordamos o cenário do samba no Rio de Janeiro do mesmo período com base na visão de autores da época; destacamos também as discussões acerca das dicções atribuídas ao gênero samba nesse período; trabalhamos o caminho do samba desde a roda até o momento em que ele chega às rádios e gravadoras; vemos um panorama dos primeiros passos do cinema nacional e a ligação deste com a indústria fonográfica e tentamos perceber como essa ligação beneficiou as duas indústrias no Brasil. Destacaremos também o processo político, econômico e midiático da construção das retóricas holísticas lançando mão de clássicos da historiografia deste assunto, quais sejam: Gilberto Freyre (1998), Sérgio Buarque de Holanda (1995) e Roberto DaMatta (1986 e 2004) para percebermos os indícios de regionalidades na performance de Carmen Miranda que nos dêem pistas da construção da nacionalidade midiaticamente.
“Tem gogó, querida?” : disputas simbólicas em rede na música brega do Recife
Autor: Pedro Alvez Ferreira Júnior
Tipo: Dissertação
Ano de defesa: 2020
Palavras-chaves: Comunicação; Performance; Controvérsia; Música brega; Feminilidade.
Link para o repositório: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/43604
Resumo: A presença das mulheres na música brega do Recife traz à tona assimetrias de gênero, raça e classe social que se apresentam em rede, a partir de dinâmicas identitárias, afetos e valores de performance que, ao passo que agenciam a figura da diva pop estadunidense, também se reapropriam da tradição da cancioneira romântica construída na música brasileira, desde o século XX, para a construção de uma feminilidade bregueira. Este trabalho tem o intuito de analisar, de forma qualitativa, as associações formadas pelas controvérsias e disputas simbólicas a partir de desentendimento midiático protagonizado pelas cantoras Eliza Mell e Michelle Melo, aqui intitulado de “tem gogó, querida?”, que ocorreu em outubro de 2018. Utilizando-se de uma metodologia inspirada pela Teoria Ator-Rede (LATOUR, 2000, 2005) e apropriada por Simone Pereira de Sá (2013; 2014) como “cartografia da treta”, propõe-se rastrear atores que performatizam seus gostos e valores no tocante à presença feminina na música brega. A treta, aqui, é tomada como um acontecimento midiático a partir do qual é possível observar disputas em relação à voz, corpo, feminilidade e idade na música brega. O episódio analisado sugere que disputas morais em torno das performances de gênero e valorativas sobre o que significa cantar bem na música brega são fundamentais no espraiamento e na longevidade deste episódio na cultura digital.