Nas ondas curtas do cosmopolitismo: Programa Casé e as origens do rádio comercial brasileiro
Autor: Michele Wadja da Silva Farias
Tipo: Tese
Ano de defesa: 2022
Palavras-chaves: Comunicação; Programa Casé; Rádio; Cosmopolitismo; Cultura de fãs.
Link para o repositório: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/52001
Resumo: A tese investiga de que forma o Programa Casé (1932-1951) tornou-se símbolo de uma programação radiofônica moderna e inovadora, nas décadas de 1930 e 1940. Nosso corpus foi composto por referências bibliográficas, audiovisuais, entrevistas com artistas e cantores da época, além do acervo digital da Biblioteca Nacional, das Revistas Fon-Fon, O Malho e dos jornais O Paiz e Correio da Manhã. A partir da interdisciplinaridade com a História, utilizamos o método qualititativo do estudo de caso, que dialoga com o procedimento metodológico da micro-história. A análise do nosso corpus foi constituída pelo procedimento teórico- metodológico do “paradigma indiciário”, do historiador italiano, Carlo Ginzburg. Nesta perspectiva, analisamos a metodização e a estruturação de práticas voltadas para a profissionalização dos artistas da época, implementadas pelo programa, a exemplo do pagamento de cachês e do contrato de exclusividade para todos eles. A pesquisa analisa, ainda, o destaque concedido pelo programa à produção musical nacional, até então, marginalizada por ter sido, predominantemente, produzida por negros e migrantes, no início do século XX. Além disso, abordadamos de que forma o programa foi pioneiro na implementação de técnicas radiofônicas, inspiradas em emissoras do exterior, tais como a sonoplastia, os primeiros comerciais, o radioteatro e a introdução da música de fundo. A partir da experiência de escuta da programação estrangeira, em ondas curtas, vivenciada pelo criador do programa brasileiro, Ademar Casé, investigamos o referido Programa como um cenário que aponta para uma abertura cosmopolita, inserida em uma experiência global de radiofonia, com ênfase nos atrativos radiofônicos criados nos Estados Unidos. Neste contexto, a tese, de forma inédita, revela a relação cosmopolita, de semelhanças e diferenças, entre o Programa Casé e o programa The All-Negro Hour (1929-1935), de Chicago. Ambos foram pioneiros na propositura de uma programação popular voltada para a inovação e veiculação de gêneros musicais considerados “inadequados” por parte da sociedade, tais como: o jazz e o Blues, nos Estados Unidos; o samba e as emboladas, no Brasil. Entre os resultados desta análise, destacamos que as práticas e experiências vivenciadas no Programa Casé foram atravessadas por noções de cosmopolitismo no cotidiano. Essa investigação abrangre ainda a identificação de padrões de comportamentos que trazem evidências de uma nascente cultura de fãs, também permeada pela influência estadunidense, na origem do rádio brasileiro e, especialmente, no Programa Casé.
Um ídolo, um pateta, um mito da multidão: a construção da imagem de Caetano Veloso como artista e intelectual através da mídia
Autor:Carlos André Rodrigues de Carvalho
Tipo: Tese
Ano de defesa: 2015
Palavras-chaves: Comunicação de Massa; Música Popular – Brasil; Artistas; Entrevistas; Representações Sociais; Visibilidade; Crítica.
Link para o repositório: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/15023
Resumo: O objetivo desta tese é investigar as táticas de visibilidade midiática desenvolvidas pelo compositor baiano Caetano Veloso ao longo de seus 50 anos de trajetória artística e de que forma elas contribuíram ou não para a construção da imagem dele como artista e intelectual. As investigações são realizadas, principalmente, a partir de fragmentos de entrevistas do artista a revistas e jornais brasileiros e estrangeiros, a programas de televisão e filmes (documentários). O estudo parte da hipótese de que a ocupação midiática do compositor se dá por, entre outras estratégias, opiniões polêmicas sobre os mais diversos assuntos (política, religião, sexualidade, identidade nacional, estética etc.), bem como pelo atrito criado por ele com outras personalidades, além da sacralização do gosto do artista em vários campos e repercutido pela mídia.
“You Must Be My Lucky Star”: Crítica, agendamento e valor sobre a obra da cantora Madonna na Revista Rolling Stone
Autor: Maria Helena Guerra Monteiro
Tipo: Dissertação
Ano de defesa: 2015
Palavras-chaves: Jornalismo Cultural; Cultura Pop; Música; Valor; Crítica.
Link para o repositório: https://repositorio.ufpb.br/jspui/handle/tede/7973
Resumo: A fortuna crítica sobre a produção musical de Madonna traz à tona elementos que compõem o discurso dos jornalistas especializados na cobertura de assuntos culturais. Este trabalho diz respeito à maneira com que a crítica musical presente no jornalismo cultural legitimou Madonna em especial a revista Rolling Stone. Trata-se de um processo histórico em que a construção de valor foi sendo agendada pelas instâncias – sobretudo – do jornalismo cultural. Sintetiza-se, assim, os objetivos deste trabalho: analisar como a Revista Rolling Stone agendou a carreira de Madonna ao longo dos seus 30 anos de existência, em suas resenhas críticas dos álbuns e suas performances em turnês. Identifica-se marcas discursivas ligadas a valores empreendidos por jornalistas culturais no tratamento de obras da artista. Entende-se, portanto, as contradições dos produtos apresentados por Madonna enquanto obras dotadas de uma estética ligada à cultura pop. Mapeia-se a noção de valor e como ele é utilizado pela Revista Rolling Stone para os produtos apresentados por Madonna.
Fronteiras do Medo: Semelhanças Produtivas e Diferenças Culturais em “Ringu” e “O Chamado”
Autor:Filipe Tavares Falcão Maciel
Tipo: Dissertação
Ano de defesa: 2014
Palavras-chaves: Cinema de Horror; J Horror; Entretenimento; Japão; Estados Unidos; Estudos Culturais.
Link para o repositório: https://repositorio.ufpb.br/jspui/handle/tede/4487
Resumo: Formatado a partir do lançamento do filme Ringu, de 1998, o horror japonês contemporâneo, ou J Horror, tornou-se uma forma de endereçamento fílmica para o Ocidente. As obras japonesas geraram um modelo de produção de sentido logo descoberto e exportado por Hollywood com refilmagens para um público internacional. Que a produção de um remake gera diferenças entre o filme original e a refilmagem, não há dúvidas. Mas, ao analisar o cinema de terror como entretenimento, é possível perceber muito mais do que apenas diferenças fílmicas em função de aspectos culturais. Trabalhamos nossa análise na perspectiva de que há reenquadramentos temáticos nas refilmagens de obras uma vez que as mesmas fazem parte de uma lógica produtiva da indústria do cinema como entretenimento. Além das comparações entre Ringu e sua refilmagem norte-americana, O Chamado, esta pesquisa pretende se debruçar, em particular, nos aspectos extratextuais do cinema como entretenimento em cada nação, o que faz necessário debater elementos de produção, distribuição e exibição. Por meio desta tríade, além do entorno cultural, talvez seja possível, por exemplo, compreender as mudanças feitas nas refilmagens em função de obter um alargamento de um público internacional ao qual o remake é destinado em comparação com o produto original, que costuma ser exibido apenas no Japão.